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quinta-feira, 24 de junho de 2010

RTP - O CONTROLO ABSOLUTO



Eles sabem discernir entre o certo e o errado, entre o equilíbrio e o favorecimento, entre um serviço público e uma estação de natureza privada, embora esta esteja obrigada a deveres éticos. Infelizmente, parece terem optado pela "gestão das mentes".


Dia para dia piora a situação. O controlo é absoluto e é sensível aos olhos de qualquer cidadão minimamente atento. Quase dois milhões e meio de orçamento justificavam um serviço público de melhor qualidade e distante de qualquer sintoma de favorecimento. Do meu ponto de vista não existe outra leitura que não essa, fundamentalmente porque as pessoas, gestores a todos os níveis, inteligentes que são, sabem discernir entre o certo e o errado, entre o equilíbrio e o favorecimento, entre um serviço público e uma estação de natureza privada, embora esta esteja obrigada a deveres éticos. Infelizmente, parece terem optado pela "gestão das mentes".
Ontem, no jornal da noite, o quadro repetiu-se de forma descarada. Dois exemplos:
1º A peça que deu conta da situação da dívida às farmácias, na ordem dos 105 milhões de euros, teve, no Secretário Regional dos Assuntos Sociais, a desvalorização do facto, porque, assumiu, decorrem negociações. O Presidente da Associação Nacional de Farmácias fala, hoje, em "desastre público", mas o Dr. Jardim Ramos, repito, desvalorizou uma situação que é muito grave, porque a dívida não só não é atenuada como se agrava. É "questão que não se coloca" - disse. Curiosamente, ou talvez não, o líder da oposição, não foi ouvido nem achado sobre esta matéria. Em qualquer parte não é assim, nos assuntos de grande relevância social, o líder da oposição é chamado a pronunciar-se. Veja-se, por exemplo, o caso que decorre relativamente ao pagamento das portagens no espaço Continental. O governo pronuncia-se e, logo de seguida, outros fazem o contraponto. Aqui, não, basta a voz oficial. A democracia e a alternativa podem esperar.
2ª Na inauguração do Centro Educativo da Madeira, o Presidente do Governo sublinhou que aquele constituiu "um momento feliz". Disse da sua felicidade mas, estranhamente, a RTP-M não se lembrou que este mesmo governante assumiu que não queria crianças presas e que o atraso de cinco anos deveu-se à teimosia do governo regional em não aceitar uma gestão partilhada daquele centro educativo. Situação que foi clarificada pela Directora-Geral da Reinserção Social, Drª Leonor Furtado, na recente visita dos Deputados da Madeira àquele Centro. Curiosamente, ou talvez não, repito, o líder da oposição assistiu ao acto de inauguração, mas não foi ouvido. Interessante!
Tão grave quanto isto, esta manhã, nas notícias da RTP-M aquelas duas peças foram repetidas até à exaustão e toda a restante actividade política dos partidos da oposição, uma vez mais, foi secundarizada, isto é, nem uma iniciativa correspondeu aos interesses da estação que tem a responsabilidade de serviço público. Importante foi apresentar, repetidamente, o Dr. Brazão de Castro a receber um grupo folclórico de emigrantes em Londres. É caso para dizer que ninguém pára a propaganda!
Entretanto, ontem à noite, no desfile das marchas de S. João, como se nada estivesse combinado, sucessivamente, falaram o Vice-Presidente do Governo, o Presidente da Câmara, o Secretário da Educação, o Presidente da Sociedade de Desenvolvimento, enfim, só faltou a presença do Dr. José Manuel Marquitos, Vice-Presidente do Conselho de Administração da RTP, em Lisboa, um dos responsáveis pelo desnorte que se vive na RTP-Madeira. Deveria ter vindo porque, assim, completava o ramalhete.
Ilustração: Google Imagens.

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