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sábado, 16 de outubro de 2010

GOVERNO DE SALVAÇÃO REGIONAL (I)


Fundamentalmente porque o que está em causa, não é uma simples questão de direita ou de esquerda, mas uma questão de GOVERNO DE SALVAÇÃO REGIONAL. No respeito pelos posicionamento ideológicos de cada partido, há questões que são transversais que os políticos com visão e responsabilidade devem, em momentos difíceis quanto este, se unir no essencial em detrimento do acessório.


Na política regional há muito fumo.
A consideração pessoal que tenho por José Manuel Rodrigues, líder do CDS/PP, Amigo de longa data, não me impede de dizer que acaba de desferir um golpe contra a Madeira. Falam, por aí, numa sondagem que, alegadamente, daria, neste momento, 19% ao PS e 14% ao CDS/PP. Vamos partir do princípio que até é verdade. E partamos, também, do princípio que no actual contexto político e na correlação das forças, o CDS/PP não tem qualquer hipótese de chegar ao poder. Basta olhar para a História do processo eleitoral para verificarmos quer lá quer apor aqui, essa hipótese é muitíssimo remota.
Significa, portanto, que percentagens daquela natureza, a um ano de distância das eleições, o bom senso aconselharia que o CDS/PP entrasse na "CONVERGÊNCIA NA ACÇÃO", demarcando-se, claramente, do projecto social-democrata. Fundamentalmente porque o que está em causa, não é uma simples questão de direita ou de esquerda, mas uma questão de GOVERNO DE SALVAÇÃO REGIONAL. No respeito pelos posicionamento ideológicos de cada partido, há questões que são transversais que os políticos com visão e responsabilidade devem, em momentos difíceis quanto este, se unir no essencial em detrimento do acessório.
Ora, o CDS/PP ao demarcar-se da Plataforma - Convergência na Acção, quer dizer duas coisas: por um lado, que fica satisfeito, eventualmente, com mais um ou dois deputados na Assembleia; por outro, no caso de maioria relativa do PSD-M, funcionará como uma bengalinha do PSD. Isto é, mudará alguma coisa (nos votos e na composição da Assembleia) mas tudo ficará na mesma.
Meu Caro Amigo José Manuel Rodrigues, há momentos na vida dos partidos, que nós, lutadores por uma sociedade mais solidária, mais justa e com futuro, independentemente dos posicionamentos ideológicos, não podemos facilitar ao jeito, perdoem-me a expressão, de quem "entrega o ouro ao bandido". Trinta e seis anos é tempo demais de governo de uma cor e a nossa alma de lutares pela Autonomia e pela Democracia não pode ser vendida por um lugar em um eventual futuro governo. O nosso egoísmo acaba por ser a desgraça daqueles que votam nos partidos da oposição. Aqui não está em causa um problema ideológico, está em causa a capacidade de elencar um conjunto de grandes preocupações que nos conduza ao sucesso nas políticas educativas, sociais (a todos os níveis), do emprego, dos empresários, do pagamento da dívida da Madeira, do travão que tem de ser colocado à megalomania das obras faraónicas, de tanto e tanto que há que fazer. E essa mudança não se faz com o PSD. Faz-se com novos actores políticos, com criatividade, com inovação, mobilizando a sociedade, quebrando as amarras do medo, libertando a sociedade para a coresponsabilização do desenvolvimento.
Enfim, o CDS/PP escolheu o seu caminho. Está no seu direito. O PS e outros partidos abdicaram um pouco dos seus projectos individuais e de luta de uns contra os outros para colocar a Madeira em primeiro lugar. Não se trata de frentismo mas de um caminho de acção psicológica sobre o eleitorado, levando a mensagem que é possível a mudança para melhor. O CDS/PP entende seguir o seu próprio rumo. Está no seu direito, mas ficará associado ao PSD-M como um partido coadjuvante da situação. De que valeram e de que valem as lutas feitas, as palavras ditas, os discursos com alma e as críticas à governação? Zero, ou melhor, talvez, mais um ou dois deputados, se tal acontecer.
De uma coisa estou convencido: é que o PS vai crescer e muito a par de outros partidos que querem a mudança de regime e de sistema.
NOTA:
Acabo de reber uma longa e esclarecida carta do Presidente do PS-Madeira remetida ao CDS-PP a propósito da sua posição relativamente à "CONVERGÊNCIA DEMOCRÁTICA". Na parte conclusiva, sublinha:
"A conclusão política, clara e frontal, que é assim que tem de ser, do que fica exposto é a seguinte:

a) O CDS auto-exclui-se da Convergência na Acção, cujo objectivo fundamental é o derrube do regime que governa a Madeira vai para 40 anos;
b) Assim, concluímos ainda que – a menos que reconsidere - o CDS não nos oferece – neste momento! - as condições políticas essenciais para integrar o objectivo estratégico da Convergência na Acção, que é garantir o normal funcionamento das instituições, nas vertentes democrática, autonómica e social, conforme decorre do “Manifesto ao Povo da Madeira” onde se traçam os seus objectivos".

1 comentário:

Espaço do João disse...

Meu Caro Amigo.
Há muito boa gente que se vende por um prato de lentilhas. O que interessa é na ocasião dar nas vistas. Esta gente tem memória curta. Esquecem-se que tempos houve que para sair do País teriamos uma verba estipulada para saírmos. Tinha-mos que declarar quanto tinha-mos de gastar. Mesmo assim grandes fortunas conseguiram pular para paraísos dourados. Ainda recentemente o Sr. Dias Loureiro que tão defensor das economias se declarava, hoje é o Dono da maior Resort em Cabo Verde. O Sr. José Manuel Rodrigues, bem se podia recatar, pois só quer protagonismo. No fundo o Povo que se lixe, pois ele está bem alcandroado bem como seus pares. Vamos em frente com a Plataforma. Já é tempo demais deixar essa gentalha fazer o que quer e entende. "VIVA A MADEIRA Livre". Fora com essa Canalha.