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quarta-feira, 22 de maio de 2013

NUNO CRATO - A INCAPACIDADE DE COLOCAR-SE NO LUGAR DOS PROFESSORES


Estes sujeitinhos não dormem. Todos os dias surge um novo agravamento, sempre mais qualquer coisinha, isto é, com uma colher que rapa o tacho onde pouco já existe. Deitam-se a pensar na maldade do dia seguinte. Demonstram ausência de capacidade política para colocar o país a funcionar com perspectivas de sucesso, apenas dominam o que está mais à mão: a política de agravamento de impostos e a atitude de confisco aos rendimentos do trabalho, pensões, aposentações e corte nos direitos, em geral, e sociais, em particular. Com toda a sinceridade já não os enxergo. 


Pois, pois... o gesto diz tudo,
é rapar o dinheirinho até ao tutano!

Já era conhecida a decisão, e outras vêm a caminho ao ritmo da contínua vergasta sobre os portugueses, a partir de Agosto os aposentados vão descontar mais para o subsistema ADSE. Trata-se da segunda subida significativa no espaço de ano e meio para pensionistas que recebem pouco acima de 485 euros. Passa de 1,5% para 2,25% de contribuição e, em 2014, novo agravamento se verificará ao passar para 2,5%. Qual metáfora, trata-se de mais uma voltinha na chave de fendas para um parafuso que já não tem para apertar.
E se nos aposentados será assim, o que dizer de tudo o resto? Por exemplo, nos 30.000 funcionários públicos que serão despachados e nos milhares de professores que, a partir de Setembro, serão encaminhados para o regime de mobilidade especial, com cortes situados entre 33% a 53%, segundo cálculos da Fenprof? E vem o ministro Nuno Crato considerar "estranha" a posição de todos os sindicatos à anunciada greve dos docentes para o primeiro dia de exames nacionais. Ele que se coloque na posição de um professor no topo da carreira, portanto, a caminho dos 30 anos de serviço, confrontado com o tecto máximo de 1.455,00 euros para quem cair na mobilidade especial, com um corte será de 52,9%! Ele que se coloque na posição de ver os rendimentos do trabalho abruptamente reduzidos até ao despedimento e que pense como reagiria? Ele que nasceu em Lisboa e com família na capital, imagine-se numa situação de horário zero, face a uma decisão arbitrária do ministério da Educação, ser colocado em Bragança ou em Faro e sem estar sujeito a qualquer concurso! Por favor, desampare a loja. E se falo deste caso específico, o da Educação, é porque dela depende o nosso futuro colectivo. Com medidas destas, é minha convicção que cada vez mais nos distanciamos da tal "luz ao fundo do túnel".  Olho, com os meus olhos políticos, para este sujeito e fico com náuseas. E pergunto, então, se não fosse ministro e apenas professor de uma qualquer escola, se não reagiria através de uma greve?
Ilustração: Google Imagens.

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