Adsense

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

PSD MADEIRA EM GUERRA TOTAL


A questão que coloco é se esta gente política que lidera a Região, ainda tem tempo para governar? Com cinco candidatos à liderança, mais uma candidatura em vias de se apresentar, tendo como primeira figura Jaime Ramos, parece óbvio que não terão tempo para outra coisa do que centrar as suas atenções nas preocupações internas do partido, do que, propriamente, naquilo que interessa à Região. Desde há vários meses que governar parece ser um part-time, ainda por cima com o presidente do governo muitas vezes fora da Região e, quando está, assume dizer, dos assuntos importantes, perguntem ao secretário ou "estou completamente fora disto tudo". Portanto, a ideia que fica é que os madeirenses dispõem de uma governo faz-de-conta. Governar e bem não constitui opção primeira. É caso para dizer que face à expressão tantas vezes repetida, a da "obra feita", que é "obra" um partido se apresentar com seis candidatos à sua liderança. Uma situação que pode traduzir que muitos engoliram sapos durante 38 anos, por interesse próprio e medo, não por acreditarem naquilo que estavam a fazer.


Jaime Ramos, secretário-geral do PSD não quer ser candidato a presidente do governo. Contenta-se em ser presidente do partido, lançando uma figura da sua confiança para a candidatura a presidente do governo regional nas legislativas de 2015. Sendo verdadeiro o que é narrado pelo DN-Madeira, Jaime Ramos está mais interessado em controlar os múltiplos interesses económicos criados ao longo de anos, do que se apresentar como uma alternativa interna com credibilidade política. Interessar-lhe-á mais dividir do que propriamente ser a figura apostada em juntar e colar os cacos em que se transformou o PSD. Por outro lado, a sua situação no grupo parlamentar é indescritível. Chamar àquilo liderança é apenas uma caricatura. Podem-lhe abanar a cabeça pela frente, mas se sempre o olharam de forma enviesada, por medo, hoje, com tantos deputados divididos por várias candidaturas, neste contexto, Jaime é um homem que terá mais medo do que o medo que ontem impôs aos seus pares! A ver vamos. 
A confusão e o conflito é total. Tomo em consideração o artigo de opinião do candidato Miguel de Sousa. Algumas  passagens: "(...)  Definitivamente a democracia na Madeira está infectada e o actual regime político não parece disposto a normalizar o mais elementar dos direitos sagrados do povo. (...) O JM, que apodrece as raízes da liberdade de expressão, exemplo maior do que há de espúrio e inaceitável em comunicação social, ferrou no apoio directo, descarado e abusivo à campanha de Manuel António Correia e Cunha e Silva. Acreditem: uma coisa normal para esses senhores. (...) Tenho pena dos vários, que conheço e respeito, e que colaboram nesta, muitas vezes, miserável mostra de estupro democrático. (...) O Dr. Francisco Santos faz a vez, nesta coluna, destinada ao candidato Cunha e Silva (...) convém que o Dr. Francisco Santos não contrariar o que me disse pessoalmente antes de se dedicar à outra candidatura".
Por aqui se vê a dimensão do litígio. Torna-se, assim, cada vez mais claro que compete à oposição tomar as rédeas deste processo. Parece-me, no entanto, que está a deixar o marfim correr. Ou será que há negócio que aos madeirenses e portosantenses convém que não se apercebam?
Ilustração: Google Imagens.

Sem comentários: