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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

CONDECORAÇÕES


As Ordens Honoríficas do Estado Português estão definidas e, lendo a respectiva Lei, fico com a certeza da sua importância, porque há Homens e Mulheres que, pelas mais variadas razões, em todos os sectores e áreas de actividade política, económica, científica, social e cultural, são merecedoras do reconhecimento público. Defendo, por isso, que devem ser atribuídas com um enorme rigor e no quadro de uma grande selectividade, para que os distinguidos sejam, de facto, vistos como exemplos de referência entre os cidadãos. Quando tal não acontece ou quando fica um rasto de muitas sombras, ou, ainda, quando o aspecto partidário toma a dianteira, as Ordens Honoríficas perdem o seu valor intrínseco. Penso assim e ponto final.


Vou, sem mais delongas, à condecoração atribuída ao ex-presidente do governo regional da Madeira, Dr. Alberto João Jardim. O Presidente da República decidiu, portanto, está decidido. Se tal atribuição ficou a dever-se à função que desempenhou ao longo de 38 anos, e apenas por isso, se Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo visa a função, o tempo de desempenho e não a qualidade do desempenho, não me restam dúvidas que aquela condecoração ou qualquer outra de maior valor, está correcta e afigura-se-me adequada. Se a análise for a da qualidade do desempenho, o "Senhor Silva", personalidade tantas vezes ofendida pelo Dr. Jardim, parece-me que está a menosprezar a importância das mais altas condecorações do nosso País. Curiosamente, a um que foi primeiro-ministro, Engº José Sócrates, por que está (?) envolvido em um processo judicial, passados  quatro anos não foi chamado a Belém para a habitual e rotineira distinção; àquele que foi primeiro responsável político por mais de mil milhões de euros não reportados ao Tribunal de Contas, os quais fizeram agravar o défice regional e nacional, que conduziram a um Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (dupla austeridade para os madeirenses e Portosantenses) e, concomitantemente, a um processo designado por "Cuba Livre" (ainda em (re)curso), o Presidente, antes de sair de Belém, faz questão de o colocar na galeria dos políticos "santos" e distintos. Enquanto cidadão causa-me perplexidade. Afinal, pergunto, que dualidade é  esta e o que significa "galardoar ou a distinguir, em vida ou a título póstumo, os cidadãos nacionais que se notabilizem por méritos pessoais, por feitos militares ou cívicos, por ACTOS EXCEPCIONAIS ou por serviços relevantes prestados ao País?" 
Razão terá o músico e intérprete Rui Veloso na "Valsinha das Medalhas":
"(...) 
Encosta o teu peito ao meu, sente a comoção e chora

Ergue o olhar para o céu, que a gente não se vai embora

Quem és tu donde vens, conta-nos lá os teus feitos

Que eu nunca vi pátria assim, pequena e com tantos peitos

.
(...)"
Ilustração: Google Imagens.

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