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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

POBREZA, DE MAL A PIOR...


Em 2014 o Produto Interno Bruto ao nível nacional, em termos reais, cresceu 0,9%. A Madeira foi a Região onde esse crescimento foi menor, de apenas 0,4%, segundo dados do Instituto nacional de Estatística. Isto apesar do contributo do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM). Sem esse acréscimo não teria existido sequer crescimento do PIB na Região. Esta a realidade, apesar de tanta propaganda dos sucessivos governos da Madeira e do menosprezo pela Região Autónoma dos Açores. No DN de hoje, em um trabalho da a jornalista Sandra Cardoso, leio: "contas feitas (a Região da Madeira) já é ultrapassada pelos Açores no que toca ao rendimento disponível per capita, 11. 002 e 11.220 euros, respectivamente". E eles é que estão "atrasados", ouvi, repetidamente, na Assembleia Legislativa da Madeira. Deputado houve (Jaime Ramos) que um dia disse, ironicamente ou não só ele o poderá dizer, que "os Açores continuam sujos, continuam como no séc. XVIII, não evoluíram. Eles ainda lavam roupa naqueles alguidares nas ribeiras, a Madeira já tem máquinas de lavar". A resposta está aí, melhor rendimento disponível e impostos muito mais suaves relativamente ao Continente e Madeira.
 

Mas isto de números é como o azeite que acaba por vir sempre à tona. A pobreza é indisfarçável, estamos a pagar, quase no dobro, as megalomanias de quem governa a Região há 40 anos, e estamos a pagar bem caro, as políticas económicas que estão a ser seguidas. Infelizmente, a pobreza estar a tornar-se paisagem. Ainda ontem, foi o próprio governo da Madeira que assumiu a "continuidade do Plano de Emergência Alimentar (PEA), de Janeiro a Maio, atribuindo 567 mil euros a doze instituições. O PEA estima chegar a 4.200 beneficiários de 1.200 famílias madeirenses". Uma verba a distribuir por doze instituições que tentam esbater a fome escondida. Disse a governante que esta "intervenção sobre os novos fenómenos de pobreza" permite "garantir às pessoas e famílias, de baixos rendimentos, o acesso a refeições gratuitas ou, em alternativa, a comparticipação na aquisição de géneros alimentares, com utilização de vales ou cartões". O problema é que não se vislumbram políticas para sair deste redemoinho. Não existe uma política estrutural que esbata este quadro de progressiva degradação social. O governo remete-se à função de gerir a conjuntura, claramente atrás dos reais problemas económicos, financeiros e sociais. 
Ilustração: Google Imagens.

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