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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

AFINAL... PARECE NÃO SER NECESSÁRIO ESTUDAR


Pouca-vergonha sem limite, por um lado, das instituições que o permitem, por outro, das pessoas que aproveitam um quadro aparentemente legal. Só para serem licenciadas. São tantos os casos. Agora está em causa a "pseudo-licenciatura" de Rui Esteves, em Proteção Civil, pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Segundo o jornal Público foi "concluída" com 32 equivalências (90%) em um total de 36 unidades curriculares que compõem o curso. Bastou sentar-se na sala de exames, segundo li, apenas quatro vezes e zás, o canudo da Licenciatura caiu-lhe na mão. Senhor Dr. em Protecção Civil! 


Apresentou documentos de muitos cursos de formação, com aprovação, e da sua longa experiência profissional e o resto, pelo que deduzo, ficou nas mãos, nos olhos e na bondade dos professores que  verificaram e concederam as equivalências. Tudo transparente, segundo disse e de acordo com a lei vigente na altura. Pessoalmente, não aceito. Pela pressão dos media acabou por demitir-se de Comandante Nacional da Protecção Civil, restando-lhe, agora, a dignidade da devolução do diploma. E se digo isto, com toda a frontalidade, é, apenas, porque se trata de mais um péssimo exemplo para a juventude, aquele que é proporcionado pelas instituições de ensino superior e, repito, por aqueles que aproveitam a maré. Em um tempo que se faz apelo ao esforço, ao trabalho, à dedicação, ao estudo perseverante e ao mérito, parece-me intolerável que se distribuam títulos académicos através de equivalências não académicas, que a outros custam "muitas pestanas", muitos sacrifícios e muitos encargos para as famílias. 
Segundo foi divulgado, a citada figura terá 30 anos de experiência. Pelos últimos e trágicos acontecimentos parece dispor de uma experiência repetida 30 vezes. Mas este é, apenas, um desabafo. A questão de fundo é muito mais séria.  
Ora, salvo melhor e mais sustentada opinião, entendo que só o cumprimento de todas as unidades curriculares, com a respectiva avaliação, deve permitir o direito ao título académico. A formação adequada resulta desse investimento inicial, complementada, aí sim, com todas as pós-graduações certificadas. Tudo o resto enquadra-se no mau exemplo e na pouca-vergonha. E faço notar que tenho muito respeito por quem se licencia nesta área tão importante e fundamental. Porém, rejeito a atribuição de equivalências que não passem pelo crivo dos exames.

Nota
Texto escrito e posição assumida em função da matéria já publicada. Se não corresponder à verdade, cá estarei para a respectiva rectificação.
Ilustração: Google Imagens. 

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